Volta ao Mundo em 24 Horas de Pães
yoga – by Mario Savagliani
yoga – by Mario Savagliani
…as pessoas são “esquizofrênicas” no sentido de viverem entremeadas
e respondendo à coisas que não estão presentes, nem nunca estarão.
João de Deus era na verdade um demônio
A SUGESTIONABILIDADE E INOCÊNCIA DE TODOS NÓS
Yogi Bhajan, fundador da Kundalini Yoga
A SUGESTIONABILIDADE E INOCÊNCIA DE TODOS NÓS
Existe um fenômeno que ficou conhecido como “o arauto do inferno”. Quando o mensageiro do rei trazia notícias ruins sobre a guerra, ou seja, não era o que o monarca queria ouvir, num acesso de total irracionalidade, mandava matar o pobre coitado que estava apenas comunicando com acuidade o que lhe foi pedido. Ser portador de más notícias é algo delicado e perigoso. Quando escrevo um artigo em meu site que vai contra teorias ou pessoas queridas para muitos, ao invés de tentarem me mostrar onde falhei na minha linha de raciocínio, eles atacam minha pessoa, dizendo que sou frustrado, mal-amado, quero aparecer às custas de quem critico, que sou um Zé ninguém para confrontar a opinião de um ser tão superior, que sou um imbecil e ponto… É o equivalente da atitude do rei: é preciso matar a pessoa que não fala o que quero ouvir, principalmente se ela tem argumentos fortes ou pior, fatos. Claro que eu posso estar errado, mas racionalmente indique a falha. Quando algo está em nosso sistema límbico, uma teoria ou pessoa que representa essa teoria, temos um carinho e apego por aquilo e a capacidade de enxergar informações que contrariam isso fica comprometida. O corpo gera instantaneamente um alerta de perigo e raiva para enfrentar.Receber e-mails lindos de gente que agradece ter sido tirada de caminhos obscuros, mais do que compensa a parte dos ataques. Na verdade só existe o portador de notícias boas, pq se é verdade, só pode ser boa. O quanto antes soubermos de algo, melhor. A tática do avestruz nunca salvou ninguém.
-Ué, você diz q acredita em Yoga e em misticismo e fala mal? Vc é Super cético! CREDO!
-Nossa, o Mario tá mais inteligente, finalmente tá enxergando a farsa dessas bobagens esotéricas!
Eu: roll the eyes
Quando mostro, com argumentos, coisas que não tem lógica no nicho esotérico, ou relato, com fatos, a má conduta de expoentes da área, recebo mensagens furiosas de gente dizendo: “ué, vc não pratica Yoga, não diz que acredita?”.
Parece ridículo ter que explicar isso, mas vamos lá. As pessoas, eu inclusive, tendem a sempre raciocinar por absolutos, pq é mais fácil e certezas são afrodisíacas, dão um barato!
Se uma pessoa é advogada e ama sua profissão, não significa que ela aprova todos os advogados que existem. Pelo contrário. É dever dela apontar os picaretas, e se o faz, não significa que está falando mal da Advocacia.
A atitude de só falar coisas boas fez com que monstros prosperassem no meio espiritual.
A Igreja Católica errou terrivelmente ao varrer para baixo do tapete os casos de pedofilia. Mas é o velho pavor de saber q as pessoas raciocinam por absolutos e um padre desses coloca uma sombra sobre todos os outros.
O contrário tb é comum: “Ué, vc diz q acredita em lógica e ciência e posta essas bobagens esotéricas?”
Parece q as vezes me coloco num lugar q não deveria existir. Um espiritualista cientista que alia fé com lógica é como uma mulher meio grávida ou as tranças da vovó careca.
As primeiras pessoas que denunciaram Yogi Bhajan, q relataram estupro e assédio, foram afastadas da comunidade como pessoas tóxicas que destoaram da harmonia local. A primeira mulherer a contar q foi estuprada por João de Deus, levou um tapa na cara da enfermeira do hospital. “Como vc se atreve a falar assim de um homem santo?”.
No meio científico, é a norma pessoas esconderem que tem experiências místicas inexplicáveis, por vergonha e medo de serem afastadas. Só um ignorante ou perturbado mentalmente crê q podem acontecer coisas q a ciência não explica. Num meio q preza a inteligência acima de tudo, relatar algo assim é um suicídio. Sua carreira acaba.
Parece q tem só duas opções: ou vc é um tonto feliz q vê florzinha em tudo e aprova todo livro q tem um OM desenhado, ou é um crente absoluto de q o universo é só matéria aleatória e tudo q va contra isso é coisa de gente lesada.
Sou um traidor de todas as comunidades.
Os livros de Oliver contam as histórias de seus pacientes com problemas neurológicos de um jeito totalmente diferente do de outros médicos. Ele era capaz de nos mostrar a beleza da doença e as relatar nos livros de um jeito fascinante. Como comparou ele mesmo “uma Mil e uma Noites formada de casos neurológicos únicos”. Em suas palavras:
“…defeitos, desordens e doenças podem atuar tendo um papel paradoxal sobre as pessoas afetadas, trazendo a tona poderes latentes, desenvolvimentos, evoluções, formas de vida, que jamais seriam vistas, ou mesmo imaginadas, na sua ausência. É o paradoxo da doença, o potencial criativo que pode trazer, é disso que trata meu livro”.
O impacto de Oliver foi justamente esse. Não aceitar o termo “doente”, e sim mostrar que é uma maneira diferente de existir. O termo “deficiente” é muito relativo. Não há nada no corpo humano que seja perdido que ele não compense de alguma forma, trazendo um outro poder, uma nova habilidade que quem é “normal”, “completa” (tudo entre aspas) não tem.Ele cita que todos os grandes escritores eram maníacos-depressivos. A “doença” da mente, a tristeza, era compensada por doses cavalares de imaginação criativa que os colocava num mundo riquíssimo e interessante, suportável para eles sobreviverem.
Nunca esqueci do cego que Oliver descreveu que tinha uma visão interna muito mais rica que a nossa. Ele inclusive podia ver em 360 graus, uma amplitude inimaginável para quem tem dois olhinhos pequenos. O cérebro compensou de uma forma incrível. Ele criava as mais belas cenas e vivia nelas. Muitos cegos que começam a enxergar, acham o jeito que vemos uma chatice e entram em depressão. Ficam deficientes do jeito antigo deles de ver…
Não é só a beleza de como o cérebro se adapta e transcende o problema compensando que Oliver nos conta , mas em alguns casos a forma heroica e comovente de como uma pessoa que acaba de ser destituída de algo necessário para continuar levando a vida que levava, se apega à vida muitas vezes com muito mais garra que as “normais”, e dá a volta por cima, se adaptando de forma fascinante, e nos dando uma história mágica e inspiradora.
yoga – by Mario Savagliani
O que a percepção da passagem do tempo
tem a ver com sua gordura corporal?
Destaque
Leitura importante
Viúvas do pensamento positivo
Neurociência
Interativo
Imagine passar por quatro campos de
concentração na Segunda Guerra Mundial – Theresienstadt, Auschwitz, Kaufering e Türkheím – e perder toda a família? Será que você ainda teria forças para construir um caminho de reflexão sobre a dor e o sentido da vida?
Essa é a história do neuropsicoterapeuta Viktor Frankl que depois de passar por tudo isso escreveu o livro “Em Busca de Sentido”, iniciando com ele o terceiro grande pilar da psicologia. Os outros dois são Adler (a busca por poder) e Freud (a busca por prazer). A escola de Frankl em contrapartida se definiu pela busca de sentido, que segundo ele, é para o ser humano a mais importante.
Para Frankl, o vazio existencial é um fenômeno social e quem o sente experimenta sensações constantes de frustação e tédio, e é a causa maior da vontade de não existir.
A vontade de sentido supera todas as outras. É o sentido da vida que justamente motiva o ser humano, que ajuda a superar seus condicionamentos. Podemos lembrar a frase de Nietzsche tão reforçada por Frankl: “quem
tem por que viver aguenta quase todo como”. Para ilustrar, basta lembrar o seu relato do campo de concentração onde aqueles que tinham um sentido para sua existência conseguiam suportar o sofrimento agudo, os horrores presentes e não desistir da vida.
Um sentido traz uma autotranscendência e um autodistanciamento. O humor, segundo ele, é uma das maiores formas de se atingir essas duas coisas.
Quando “o sujeito ri de seus problemas provoca uma distância entre o núcleo do seu ‘eu’ e a situação problemática. O humor possibilita ao homem tornar-
se ‘senhor de sí’ .O homem coloca-se ‘acima de uma situação’ para domina-la” Ou seja, esse distanciar-se da
situação, especialmente, quando esta Ihe for difícil, faz com que a pessoa esteja espiritualmente mais
afastada, permitindo então compreender que ela própria não é a situação, não é o que Ihe acontece, não é a sua limitacão. O ser humano é capaz de – nas palavras de Jesus, “estar no mundo, mas não ser do mundo”, não ser limitado a um eu específico ou uma vida objetiva, mas um constante potencial de autotranscendência.
É fato que um livro que critico possa num dia escuro de uma pessoa ter sido fundamental para ela se reerguer e até não ter se matado. É impossível dizer que algo não tenha sua função no mundo. A sabedoria védica diz que o falso guru será tão importante no seu caminho quanto o verdadeiro. Eu tive muitos livros e pessoas que tiveram uma importância fundamental na minha vida, mas abandoná-los após a chegada de novos discernimentos e fatos empíricos sobre eles tb foi de suma importância.
É comum uma pessoa querer rechaçar um artigo meu dizendo, “nossa, mas esse livro ou esse guru me fez um bem!”. Não duvido, mesmo que a longo prazo ele possa vir a ser a causa de sua próxima dor, naquela hora ele te salvou.
Um certo dia, o livro “Minha Luta” do mestre Adolf Hitler foi importante para tirar da cama aquele alemãozinho “judiado” e que não encontrava motivação em mais nada. As palavras contidas na obra o tiraram da depressão crônica de uma Alemanha humilhada e lhe deram uma causa…
É comum casos de padres afastados por pedofilia terem relatos de pessoas indignadas contando como eles as ajudou, como era uma peça fundamental naquela comunidade e expondo a tristeza de perdê-lo.
Edir Macedo e sua igreja tiraram e tiram muita gente do alcolismo, de perpetrar violência doméstica e dá inspiração e motivo para viver para milhares de pessoas.
Querer ter sua primeira Ferrari pode ter sido uma motivação fundamental para vc ter se empenhado tanto e feito coisas incríveis.
Dei exemplos muito extremos, mas que são verdadeiros. Um livro que vc gosta pode não ser tão terrível assim, mas vale investigar se aquela estatística que citou existe, se o experimento que ele usou para te convencer de algo realmente foi feito. Tapar os olhos propositadamente para manter-se seguro e inspirado é ser desonesto consigo mesmo.
Em resposta à crítica de que estou indo contra livros que tem seu lugar no mundo eu simplesmente uso o mesmo argumento: o que escrevo e mostro tb tem seu lugar no mundo e minhas investigações, elocubrações e experiências de vida podem ser importantes para o momento de alguém. Naturalmente serei rechaçado ou acolhido, como tem que ser.
Ao ler Aristóteles tive meu primeiro choque ao ver alguém questionando o próprio instrumento que usamos para pensar, que é nossa língua. Até então, jamais havia tido sequer um pequena percepção de que o modo como penso e analiso as coisas é fruto de hábitos e vícios de linguagem, da própria estrutura da língua e da gramática que utilizo. Afinal meu repertório de palavras, o modo como uso o substantivo, predicado e verbo, parecia tudo o que existia, o princípio e essência de todas as coisas, a base para enxergar e discernir o mundo. Não nos perguntamos de onde aquilo veio e não desconfiamos de que podem existir outras e mais abrangentes estruturas lingüísticas para pensar. A língua, que deveria ser um instrumento para descrever a realidade, acaba virando a realidade em si, moldando o modo como enxergamos as coisas, pois não somos capazes de ir além daquilo que ela pode nos dar ou mesmo nos habituamos a usar muito menos do que ela poderia por vícios imperceptíveis. Passamos o dia submersos, soterrados e atormentados com frases e mais frases borbulhando pela mente: palavras, palavras, palavras…e na maioria das vezes, formando idéias absurdamente reducionistas que impõem a sensação de vazio e fatalismo, uma escravidão insuspeita, uma cegueira auto-imposta, totalmente limitadora.
“Sujeito + verbo + adjetivo” ocupa mais de 90% do nosso pensamento. Esse template obsessivo é responsável pelo constante julgamento q fazemos sobre nós mesmos e os outros, como se viver fosse isso e ponto. Existem propostas de estruturas gramaticais diferentes para vencermos essa prisão… falarei em outro post.
O livro “10% mais feliz” tem o título mais honesto que já vi. Agora cito a investigação da meditação por um jornalista. Dan Harris teve um ataque de pânico em rede nacional, ao vivo, na ABC News, programa de notícias da TV americana. Foi o fundo do poço de um processo q vinha se desenvolvendo há anos. Abuso de drogas, desespero em alcançar mais e mais sucesso, medo de perder o lugar conquistado… Mas foi depois desse vexame que ele decidiu que não dava mais para viver assim. Buscou a meditação para aprender a controlar a cabeça. Disse q conviver com sua mente era como acordar e ir dormir com um babaca que não parava de falar um só segundo… “Talk, talk, talk…”. Ele identificou a origem do seu tormento. Ele não precisava de mais estabilidade no emprego ou mais drogas que calassem o babaca temporariamente. Ele precisava de uma tecnologia que o ajudasse a silenciar a mente com suas próprias habilidades interiores, até então atrofiadas pela falta de uso.
Lembrou que quando entrevistou Eckhart Tolle (autor do Poder do Agora) alguns anos antes, havia sentido algo que emanava dele. Foi entrevistar de má vontade, pois achava todas essas coisas pura picaretagem. Mas sentiu algo diferente. Foi essa intuição que resolveu seguir anos depois e aprender a meditar.
O que vale a pena em seu livro é a maneira jornalística séria com que ele entrou no mundo da meditação. Sem obrigação de vender nada ao leitor, ele conta exatamente o que vivenciou. Critica expoentes do meio, mostra as contradições e delírios, inclusive de Eckart q o inspirou.
O processo de melhorar mentalmente é longo e exige disciplina. A promessa de 10% mais feliz é razoável para quem inicia a jornada e dá uma ideia melhor de como vai ser.
A expectativa exagerada e as promessas ridículas dos livros levianos são garantia de que a pessoa vai perder logo o interesse em melhorar o silêncio interno. Querer uma solução rápida e mágica é a receita do fracasso.
Aprender a ser um virtuoso do cérebro é mais difícil do que de um violino.
O pior é que vc é obrigado a aprender, pois nasceu com um grudado e tudo o q faz na vida é por meio dele.
Já ouvi gente falar “ah ela faz meditação mas não mudou nada” como se a culpa fosse da meditação que não funciona e não dos maus estudantes. É como uma pessoa ir aprender piano e quando vc vê q ela toca mal coloca a culpa no instrumento “piano”. É mais fácil ser o que sempre se foi e comprar umas plantas ou roupas coloridas para animar o ambiente, enquanto lá dentro continua cinza. 10% de ganho definitivo é muito mais do que 100% que vai acabar daqui duas horas, mantendo nossa desgracenta bipolaridade…
Sabedoria é saber que eu sou nada!
Amor é saber que eu sou tudo!
Entre esses dois minha vida se move…
Sri Nisargadatta Maharaj
Pão nosso de todos os dias
Pão nosso de todos os dias [...]
Humildade, ninguém entende o que é!
Humildade, ninguém entende o que é! [...]