A honestidade do tarot

Saiba com o que está lidando

Se você acredita em sincronicidade, você acredita no tarot, na possibilidade de interação, conexão e manipulação de meios heterogêneos entre si, aparentemente impossíveis de se tocarem.  Acredita que coisas díspares como símbolos nas cartas de um baralho possam ter correlação com nossa vida interior e os fatos de nosso destino. De poderem espelhar o que se passa em nosso subconsciente e que energias se configuram nesse momento na nossa vida. Jogar o tarot é pedir uma sincronicidade in loco, para que aconteça naquele exato momento na nossa frente e não espontaneamente por aí. Jogar as cartas significa um pedido de que o universo se utilize desse meio específico para falar conosco. Que aquelas cartas não apareçam arbitrariamente, mas que correspondam à verdade de nosso momento e nos dê conselhos úteis que nos mantenham ou nos redirecionem ao caminho que é o nosso. O melhor de todos os possíveis…

Muito mais do que uma consulta ao nosso futuro, “saber o que vai acontecer”, o tarot enxerga o que você “está sendo” nesse momento. O tarot não existe para te acalmar e dizer está tudo bem, que você vai ficar rico e casar com uma cara lindo. Não. O tarot está aqui para te ajudar a pensar, a encontrar as melhores atitudes para construir o seu destino e não prevê-lo. O tarot é muito mais um conselheiro do que um oráculo. Muitas vezes ele vai te dizer que não está tudo bem, que você precisa mudar algo urgentemente. Vai te dar broncas, te chacoalhar, te acordar. Mas vai dar parabéns também e mostrar seus acertos…

Diz um dos preceitos mais importantes da magia: “aquilo que está em cima e como aquilo que está embaixo”. O macrocosmos tem sua essência espelhada no microcosmos. O tarot é um microcosmo de seu momento…

O segundo ponto que gostaria de salientar e que deu nome a esse artigo, é a beleza da sinceridade do tarot, que se opõe àquela visão espiritual simplista da auto-ajuda que diz que tudo pode ser flores se você quiser e saber como. Não… O tarot diz que não. O  tarot tem cartas como a roda da fortuna, que diz que certos eventos em sua vida são inevitáveis. “Arvorarás teorias das mais refinadas sobre o que em você fez aquilo acontecer, mas não acharás nada! O mundo lá fora acontece muitas vezes alheio às nossas vontades e atitudes”.  Mas o tarot também diz, quando sai o mago, por exemplo, que sua vontade está no momento poderosa e modificadora das circunstâncias a sua volta, e que deixar a vida passar sem tomar atitude é um crime grotesco com você mesma.

O tarot mostra a vida como ela é: com abundância, alegria, destruição, morte, fartura, recomeço, falência, esperança, desespero, paz, sucesso… Mas ele ensina o que é cada um desses momentos e o que eles representam num contexto mais amplo. Imaginem alguém com uma visão de águia, que pode ver lá de cima aonde certos caminhos vão dar, ao contrário de nós que só vemos um palmo a nossa frente. O que você pode estar hoje chamando de fracasso e se lamentando, é justamente indispensável para o seu sucesso. O que você pode estar desejando com uma intensidade inumana, pode se mostrar uma desgraça mais adiante que poderia ser evitada. Mas ele também diz, quando sai o louco, que é hora de fazer algo cujas consequências são impossíveis de se prever. Um oráculo que te diz: “da uma de louco e faz algo, eu não sei o que vai acontecer, não posso te dizer”. A vida muitas vezes não é cálculo preciso e um plano, mas é jogar-se. Até isso o tarot contém: existe a hora do parar de querer saber exatamente o que fazer, se é bom ou ruim! Ele ensina inconsequência aos controlados demais e ensina método aos largados demais.

Que ele seja um instrumento valioso para o seu desenvolvimento.

Jogar o tarot é pedir uma sincronicidade in loco, para que aconteça naquele exato momento na nossa frente e não espontaneamente por aí. Jogar as cartas significa um pedido de que o universo se utilize desse meio específico para falar conosco.