Aquelas que considero de longe as mais belas lâminas de tarot já criadas até hoje, vieram do talento combinado de duas pessoas especiais. Conhecido como Tarô de Thoth, foi elaborado pelo ocultista inglês Alexander Edward Crowley, conhecido como Aleister Crowley († 1947), e pintado artisticamente por Lady Marguerit Frieda Harris, née Bloxon, ou apenas Lady Frieda Harris († 1962).
Crowley após ter lançado um pequeno texto sobre o Tarô em 1912, baseado nos ensinamentos da The Hermetic Order of the Golden Dawn, da qual fez parte, resolveu produzir um novo modelo pictórico que pudesse abranger e tipificar as influências que advinham, segundo ele, de uma nova Era assim chamada Aquarius-Leo, o Aeon de Hórus .
O projeto inicial de preparação das lâminas deveria durar apenas três meses, no entanto por causa do perfeccionismo de Lady Harris e da teimosia de Crowley e principalmente da extensa pesquisa realizada por ambos, o projeto levou cinco anos (1938-1943) para sua efetivação.
No campo das artes, Lady Harris estudou um modelo denominado Traçado de Bordas, utilizado para justificar uma simetria de linhas e traços geométricos, e foi aperfeiçoado em 1937 sob a direção de Olive Whicher and George Adams em um curso particular chamado Projective Synthetic Geometry (Geometria Sintética Projetiva). Este tipo de desenho foi aplicado extensivamente nas lâminas de Thoth a fim de restaurar as imagens hieráticas produzidas nos Atouts.
Crowley homenageou a genialidade, paciência e abnegação de Lady Harris na criação das lâminas na abertura de seu livro sobre tarot. Algumas delas precisaram de até oito pinturas diferentes até que Crowley ficasse satisfeito. Cada uma delas contém elementos diversos heterogêneos que precisavam ser combinados num todo harmonioso e que principalmente tivessem a energia específica daquilo que simbolizam.
Os dois não chegaram a viver para ver o tarot impresso, mas a humanidade tem esse tesouro para toda eternidade…
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