Filosofia Bad Movie, Great Scene

Vendo filmes de uma forma diferente

Os 6 principais pontos de apoio do site

1-Esse site ama pedaços, fragmentos… não vemos a coisa só no todo. Acreditamos na beleza de colocar moldura em certas partes, limitando-as e ao mesmo tempo alargando-as  em algo perfeito em si,  desprendendo-as do todo nas quais eram só um meio para um fim, promovendo-as a um novo universo dentro de outro universo. Através da arte de emoldurar momentos, podemos ampliar a grandeza de uma obra de forma infinita,  ganhando novas experiências e encontrando novas riquezas preciosas.

2-Os  filmes  representam uma forma de arte por demais rica para vermos uma só vez e deixarmos passar para sempre. Acreditamos que as cenas e fragmentos dos filmes são como músicas. Não basta ouvir uma vez, as coisas que gostamos ouvimos sempre; e assim será com os filmes.

3-O universo ao redor da feitura de um filme envolve centenas de artistas talentosos. Revelaremos a coisa fora de contexto, como arte em si. Desprezar rapidamente como fazemos muitas vezes o mundo que se criou para erguer uma obra dessas é um pecado mortal. Ressuscitaremos o que encontrarmos de precioso a toda hora. Um filme é para sempre.

4-A regra principal do site é falar sobre filmes que odiamos, mas nos quais encontramos coisas boas. Mas trapacearemos sempre, emoldurando cenas em filmes que amamos também

5-Encontrar a sabedoria dos filmes… inteligência, inspiração, beleza… aqueles momentos sublimes dos filmes que nos tiram do cotidiano aborrecido e nos dão mais vontade de viver. Saímos da sessão enlevados…

6-Filosofia do site deve ser lida, os “15 segundos”.

A filosofia Bad Movie, Great Scene

15 segundos

Geralmente quando um filme acaba, pensamos uma dessas coisas: “lixo”, “ruim”, “não é tão ruim”, “bom mas nada demais”, “muito bom”, “maravilhoso” ou “é um novo clássico do cinema”. Você está julgando o todo do filme, como ele te fez sentir de um modo geral, principalmente por causa de sua conclusão. Todo mundo faz assim, e não há nada de errado com isso é claro. Mas, e se essa é só uma maneira de ver as coisas? E se por causa desse método de assistir, estamos perdendo muita coisa valiosa pelo caminho? Em nossa memória? E se pudéssemos imaginar que o filme está acabando como uma obra completa a cada 15 segundos?   E se julgássemos esses 15 segundos no tempo como se não fossem nada além de um momento em si mesmo? Sem metas, sem movimentos extras, mas só esse 15 segundos ilhados no tempo, sem antes, sem depois, sem porquês. Você poderia dizer que esses 15 segundos também são a soma de segundos no tempo. Poderíamos dividir ainda mais, até chegar ao átomo do filme, o frame. Um só frame. Um só frame pode ser uma incrível obra de arte: cheia de possibilidades infinitas, subjetividades, abstrações, imaginações, como um enigmático quadro à óleo de um artista genial … 15 segundos é apenas um número arbitrário, só para simbolizar esse conceito. Você pode fazer análises de 5, 30, 1 segundo, 1 frame ou 3 minutos… A jóia no filme pode ser uma frase bem executada pelo ator, um olhar cativante de uma atriz ou seu andar…uma cena de ação perfeita, uma lágrima bem chorada, um lindo vestido, um monstro de concepção hiper criativa, uma sacada genial perdida num mar de lixo.

Como na vida em geral, nós raramente temos um dia perfeito, ou mesmo uma hora inteira perfeita. Talvez possamos experimentar apenas alguns minutos maravilhosos dentro de um ano inteiro terrível. Mas eles estão lá! E podemos manter nossa atenção neles, e naquele feeling que nos deram. A memória pode lembrar do que quiser. “-Aquele ano, eu me lembro dele…3 segundos mágicos!” O seu resumo e representação para o todo pode ser o que você quiser. Não precisa nem ser baseado num balanço entre bom e ruim. Porque num mar de escuridão, um pequeno fragmento de luz já é o suficiente para cativar nossa lembrança. Até mais do que se tudo fosse luz. Isso é um treino, um modo de existir que pode contagiar tudo o que fazemos. Sempre tem algo de bom pra lembrar de cada pessoa, mas também sempre algo ruim. Lembre-se só do que te fez bem e terá amigos sem fim. Todas as pessoas são filmes de 15 em 15 segundos.

Então vamos levar o crítico de 15 segundos a todo lugar conosco… como uma filosofia de vida.

Nós podemos ser aquela pessoa que sempre encontra uma razão par estar irritada (odeia o filme não importa porque) ou ser aquela que sempre encontra uma razão pra sentir-se bem (encontra um a jóia não importa a extensão do lixo).

Colecionadores de jóias ou colecionadores de lixo.

Além dos administradores desse site, todos os que nos acompanham podem e devem postar suas críticas.  Quanto mais gente procurando, maiores são as chances de achar coisas boas na lama.

Além da filosofia básica do site temos outros métodos para pescar valor no meio do fedor… são eles:

o engraçado não intencional: cenas que eram para serem dramáticas, assustadoras, tristes ou belas, mas acabam causando um furor de risadas.  Talvez o humor não intencional seja o mais engraçado de todos. Nenhuma piadinha composta chega perto do humor inesperado. O fator “era pra ser sério” é imbatível.

a atriz ou ator muito sexy para um filme tão ruim: o que essa deusa está fazendo num filme debiloide desses? Acharemos até atrizes esquecidas por terem só feito filmes ruins (escolhas péssimas de carreira), mas que são uma obra prima em movimento.

Filme ótimo, cena ridícula: inverta o processo do site e ache porcaria no genial. Estrague o perfeito.  “Ahh,  vocês achavam que era bom!”.  Encontre o toco de cigarro na praia paradisíaca. Descubra a verruga na deusa de infinita beleza. Valor no desvalor.

De resto, as críticas devem ser criativas e espontâneas. Encontre dentro de você métodos de qualificação únicos… divida, estenda, simplifique, agregue valor, subtraia torpor…

Me Faça Ver o que eu não Vi…

Aguardem em breve o e-book “O Crítico de 15 Segundos”, um guia intrincado e divertido para uma nova maneira de assistir e experimentar filmes (vida?).

A jóia no filme pode ser uma frase bem executada pelo ator, um olhar cativante de uma atriz ou seu andar…uma cena de ação perfeita, uma lágrima bem chorada, um lindo vestido, um monstro de concepção hiper criativa, uma sacada genial perdida num mar de lixo.

Além da análise de 15 segundos, também utilize: “Me Faça Ver o que Eu Não Vi” 

Colocando de forma bem simples,  vamos rever nossas sólidas posições críticas em relação a certos filmes com alguém  de outra opinião que vai vir tentar nos persuadir, fazer ver o que não vivos.  Me faça ver o que não vi é uma gostosa brincadeira de redescobrir cenas, momentos, histórias, atrizes, atores  ou filmes inteiros onde alguém percebeu algo interessante, adorou e nós não. Para isso é preciso cabeça aberta, ouvidos atentos, colocar os preconceitos de lado e se permitir ver através do outro, que não é mais burro que você, não tem problema na cabeça, não está recebendo dinheiro da produtora do filme… apenas viu o que você não viu!  Lembrar que vemos as coisas sempre através do filtro de nós mesmos e que não somos a medida de todas as coisas e o receptáculo da sabedoria universal, nos faz suspeitar que muitas vezes podemos estar deixando passar muita coisa boa por aí. Nos questionar como espectadores nos faz progredir na arte de assistir .  Também é necessário ser um bom artista para apreciar arte.  Humildade é a primeira qualidade para começar a coisa, o ponto de partida. Os mais limitados são sempre os primeiros a taxar os filmes  de isso e daquilo…trolls abundam.

Por mais que vocês amem odiar as coisas (eu sei, isso também é um prazer) e por defeito em tudo, demonstrando sua incomparável sagacidade para encontrar falhas alheias, coloquem-se num inédito e  misterioso momento de suspensão de certezas,  vontade de ampliar a visão, rompendo a camisa de força de nossa velha opinião formada sobre tudo…(olá Raul)!

Ainda sim, após cuidadosa análise dos argumentos do outro, você poderá responder em alto e bom som: “está vendo coisa onde não tem”.

Ou, o mais gostoso,  quando o convencimento  tem sucesso: ” me fez ver o que eu não via antes”.

E muitos outros graus “in between”, no meio desses dois pólos.

Que comecem os jogos…