Imagination is a portal… Trip with us.

#1 O livro em si é uma aberração

114 lendários pacientes descritos no livro dos livros sobre aberrações

O psicólogo que perdeu a sanidade por causa de seus pacientes.

O doutor Arbo Devalaney tinha uma característica ímpar como psicólogo. Só atendia os casos mais extremos de anomalia física e mental. Uma mera depressão ou uma esquizofrenia trivial não eram suficientes para que ele admitisse alguém como seu paciente, não importando o quanto quisessem lhe pagar. Dessa forma, seu livro conta só com seres infinitamente estranhos, que de alguma forma ou outra foram capazes de despertar sua mórbida curiosidade. Mas após lermos alguns desses casos, passamos a entender que na verdade, ainda que inconscientemente, o que o doutor masoquistamente queria mesmo era aberrações capazes de colocá-lo num impasse, numa situação que não saberia lidar, onde suas teorias não cabiam e seus habituais tratamentos não funcionavam. Ele mesmo parecia desconhecer essa auto-sabotagem, esse constante vício de se por em perigo… Algo mais profundo nele, talvez, sequioso de crescimento, soubesse que acabaria por ser uma estrada para perspectivas mais amplas sobre tudo. Seus pacientes passavam a funcionar como portais para outros mundos, destronando certezas, derrubando leis, alargando percepções… Quem estava tratando quem?

        Cada capítulo do livro encerra de forma completa a história e o tratamento que foi dado a determinado paciente. Porém, ao mesmo tempo, seguimos a história de vida do doutor, que avança cronologicamente por todos esses capítulos, formando um grande arco que abraça os pequenos e vai modificando seus significados ininterruptamente. Acompanhamos o efeito que cada caso teve em sua própria psique e em seu livro, que é escrito como um diário, relatando quase que in loco o que acontece, para não dar tempo para que a memória e o instinto de autopreservação fantasie e falseie nada, o que expõe as constantes e bruscas alterações de rota de um homem perdido e seus improvisos não tão elaborados, erguidos no calor do momento. Ele jamais corrige aquilo que foi escrito para que a obra pareça coerente, vinda da mente de alguém ficticiamente “senhor absoluto” do que faz. “O doutor do futuro não poderá corrigir o doutor de hoje…”. Essa é sua corajosa regra. Milhares de livros científicos ou espirituais tornaram-se fábulas cretinas justamente por esse fetiche com a consistência, com uma teoria que funcionasse sempre e a necessidade maior de preservação da imagem do autor do que da verdade.

        Doutor Arbo teve a ousadia (talvez burrice) de descrever tudo, absolutamente tudo, o que se passava em seu consultório. Escreveu sobre o que pensava e fazia abertamente, sem omitir fatos constrangedores desfavoráveis a ele como todos fazem ao escrever sobre si. Comprometeu-se com a verdade de uma maneira absoluta e conseqüentemente comprometeu sua própria carreira e seu livro. Quando estava confuso, dizia que estava… Quando tinha tesão por uma paciente, contava ao leitor em minúcias, sem nenhuma classe ou bem-vindos eufemismos. Quando mudava de opinião, se via obrigado mesmo que com muita vergonha a dizer que não era mais aquele que poucas páginas atrás afirmou o contrário do que dizia agora. Até o título do livro era constantemente alterado e capítulos anteriores inteiros rechaçados como erros grotescos. Desaprovava o próprio tratamento que acabara de dar a um paciente. Inúmeras vezes desistiu de continuar a escrever, dizendo que jogaria os manuscritos fora. Ele, que deveria ser um mestre soberano de sua própria mente e de sua vida, se via constantemente modificado por seus pacientes, e não o contrário como deveria ser. Começou o livro determinado a eternizar-se como o grande sábio que descobriu o caminho para a mais sã das mentes possíveis… A confiança em si mesmo era tanta que achou que podia prescindir da mentira para alcançar tal objetivo. Mas acabou derrotado incontáveis vezes na frente de seus leitores, pois não quebrou de forma alguma seu juramento inicial de descrever o que realmente ocorria em seu consultório. Teve que criticar seus próprios atos e a debilidade de suas próprias cambiantes teorias sobre a vida. Sua reputação foi destroçada por essa honestidade brutal. A tal inconsciente vontade de alcançar perspectivas maiores nunca o abandonou e foi maior que o ego que almejava mostrá-lo infalivelmente competente e maior ainda que a prudência necessária para poder continuar a ganhar a vida como psicólogo e não perder seu diploma… A busca pela verdade maior não pôde prescindir da verdade trivial do dia a dia…

        O leitor entra em pânico ao perceber que mesmo um dos mais célebres profissionais da saúde mental de nossa era, que estudou tudo o que é possível estudar, parece tão perdido quanto nós… Em busca de um “eu” consistente que o estruture como psicólogo e cientista, para poder ajudar quem o procura, e para poder prescrever uma linha filosófica para o mundo, uma receita de sanidade, o pobre doutor descobre-se cada vez mais evanescente, apegando-se a personas de momento que se mostram totalmente insubstanciais mais adiante. Pensar profundamente demais é descobrir sombras onde supunha-se solidez. Mas sua religião era não enganar a si mesmo, muito menos aos outros… Ele quis se perder. A busca pela lucidez perfeita e a sentiência mais abrangente estavam sempre lá, corroendo por dentro e ditando seus atos.

        Cada uma das 114 aberrações que compõem a obra simbolizam uma loucura específica que todo ser humano possui e que o aprisiona. Mas essas absurdas criaturas trazem também consigo a chave para escapar dessas mesmas loucuras que representam. Estão escondidas em suas histórias de vida. A forma física dos pacientes, demonstrada por meio das ilustrações, implicitamente contém o problema retratado no texto, tornando-se um símbolo pictórico de determinada característica psicológica aberrante. Alguns casos são óbvios e certeiros em seu significado e conseqüência, outros desafiam o leitor por sua subjetividade e abstração, podendo conduzir a conclusões simultaneamente variadas e únicas dentro do universo particular de cada um.

        Acima de tudo uma obra que diverte imensamente pela sua inventividade e peculiar alegria, tratando das grandes questões da vida com um sarcasmo ora doce ora ácido, com constantes vendavais de humor negro e mau-humor colorido, alicerçados em surrealidades concretas e em um nonsense funcional de poderosas ciladas mentais. O livro em si é uma aberração que não cabe em nenhuma categorização possível.

        Se existe um objetivo outro além de entreter, é fazer com que monstro interno de cada um desperte e apavore o mundo (no melhor dos sentidos), destroçando todas as travas psicológicas da claustrofóbica prisão que construímos para nós mesmos. A insanidade medíocre que torna-se invisível pela repetição do dia a dia é explicitada pela insanidade mais pungente e mais divertida desses pacientes viscerais que provocam e incitam o leitor a ser mais livre e mais lúcido.

                   Expandir a consciência chorando, rindo e brincando com criaturas bizarras…

“Permita que essas aberrações penetrem sua mente, uma a uma, até o fim…”

Trip with us.

 

Genética – Neurologia – Virtual Reality -Transhumanismo – Lúcifer – Surrealismo – Non Sense – Budismo – Sexo – Dataismo -Humor Negro – Psicologia – Cosmologia – Suicídio – Poesia – Amor – Música – Renascimento – Perdão – Portais com outros mundos…

Os 7 pacientes do Volume 1

Os 7 pacientes do Volume 2

Os 7 pacientes do Volume 3

O pingente com líquido vermelho

Esse estranho pingente com um líquido dentro... O que será? Só a paciente Allison e seu psicólogo sabem o que é e o símbolo poderoso que se tornou para ambos. O doutor passou a usar um também, idêntico.  

 

Mindfuck    Rebuild     Erase

repeat

              O bizarro livro de memórias do aclamado e posteriormente perseguido psicólogo - doutor Arbo Devalaney - que no processo de tratar as maiores aberrações do planeta, acabou por tornar-se uma, perdendo sua sanidade e sua pacata vida de intelectual, adentrando uma realidade expandida - ou pervertida - assombrada por infindáveis ocorrências insólitas. Uma odisseia pelo caos da mente, da carne e da tecnologia, dos mais pitorescos genomas até as mais complexas máquinas, e suas antíteses, o mistério do vazio e do silêncio, que se afirmam, talvez, como protagonistas da obra e que paradoxalmente são revelados ao leitor por meio de uma alucinante cacofonia de criaturas, ideias e situações absurdas.

              Surrealismo, terror, nonsense, humor e psicodelismo para abordar de uma forma nunca antes vista as grandes questões da condição humana. Espiritualidade, psicologia e ciência reconstruídos e recombinados de forma brilhante e aviltante por uma constelação de seres incisivamente perturbadores, capazes de engolir o doutor que ousou "tratá-los" e os leitores que ousaram abrir a cabeça para recebê-los.

Livro insano?

questões que obsediaram a mente do psicólogo por toda obra

Quem costura o destino?

Por que eu penso o que penso?

Meus sentidos me transmitem a realidade?

O que é ser feliz?

Existe lugar para humor num mundo tão pesado?

Existem combinações de DNA monstruosas ou "erradas" que não deveriam existir?

O perigo de ler esse livro

O leitor pode perder sua sanidade também

O doutor Arbo Devalaney foi um aluno brilhante, aclamado por seus professores de faculdade que perceberam desde muito cedo a luz ofuscante de uma mente poderosa que desabrochava dia a dia. Tornou-se um profissional reconhecido em seu meio como um dos melhores e mais dedicados de sua era (a neurologia também era uma de suas especialidades, além da psicologia). Mas, apesar de todo o preparo, genialidade e expertise, provou como ninguém o ameaçador ditado “cuidado com o que desejas, pois pode conseguir”. Por que isso? Como disse uma de suas colegas a ele em certo ponto de sua carreira: “...o senhor não tem estrutura física e psicológica suficientes para lidar com esse tipo de abominação." . A afirmação diz tudo. O pobre doutor teve sua mente invadida e rearrumada (desarrumada) incontáveis vezes no contato com esses pacientes absurdamente perigosos que ele tão incautamente ansiou tratar. É isso que pasmadamente testemunhamos quando lemos seu livro, suas intensas memórias. Uma pessoa que se perde o tempo todo e desesperadamente busca uma personalidade para chamar de “eu”, coisa que parece mais e mais distante quanto mais indivíduos estranhos ele recebe. Ele, que deveria ser um mestre soberano de sua própria mente e de sua vida, se vê constantemente modificado por seus pacientes, e não o contrário como deveria ser.

E o perigo é o mesmo para quem lê... Entrando apenas como voyeur feliz nas memórias do doutor Arbo, como faz com outros livros, o desavisado leitor logo sente que sua mente está também sendo invadida e psicodelicamente arremessada para cá e para lá, num frenesi neurológico que faz tudo ser reconectado e remodelado à revelia, como se houvesse um instrumento invisível metodicamente avacalhando sinapses, costurando novos e bizarros patterns neurais que conflagram insurreições sobre insurreições, inchando as possibilidades de crenças e modus operandi do cérebro até que se estoure sua finita plasticidade, a limitada capacidade humana de expansão, abrindo um portal de conexão com algo além, supra-humano. Não se sabe se essa interface com o ilimitado é segura e confiável, se transbordar assim não torna inviável manter coesa nossa frágil clausura orgânica. Não se sabe se causa supra-esquizofrenia ou supra-sanidade. Não se sabe se esse livro deve ser lido... Mas para os que nasceram atormentados com a necessidade de saber o que existe além da capacidade de percepção humana, mergulhar nessa espiral imprevisível, macabra e vertiginosa é inevitável. Já ouviram o chamado desse estranho livro ...

Depressão - Abismo  - Super-inteligência - Jesus Cristo - Tempo/Espaço - Swing - Heavy Metal- Beleza - Los Angeles - Cinema - Guitarra - Drogas - Contos de fada bizarros - Inveja - Tabu - Meditação - Suspense...

O preconceito contra a aparência física.

É comum observar entre as pessoas que se consideram "boas" ou "evoluídas" uma pressa tola em julgar um aspecto físico ou uma imagem como "diabólica", ou como amam dizer os new agers, "negativa". Sem ao menos saber a história por detrás ou o significado (como fazem com o Baphomet ao lado) já dão seu veredito sem nem imaginar que o fazem por condicionamentos sociais e/ou limitações pessoais. O clichê loiro/olhos azuis, flores e  anjinhos-bebês passa a ser modelo de "sagrado", de "positivo".

O que é chamado de negativo é apenas uma percepção pessoal e não a coisa em si. Não julgue os pacientes desse livro sem antes ler suas histórias... Além de expandir a mente para novas ideias, é necessário expandir o vocabulário de formas físicas para que o encontro com seres de outras realidades não nos seja aterrador, ou carregado de xenofobia e preconceitos torpes com aquilo que é diferente. A beleza está no saber olhar. Entraremos em breve numa era de contato com criaturas orgânicas extremamente diferentes de nós. Só o idiota chama o que lhe é estranho de pavoroso. O sábio não tem essa afobação... Ele aguarda entender.